Tento entender a métrica
Escondida na infinda vinda
E nem mesmo estética
A parcimônia que sinto
Parece um prenuncio de tenuidade
Então surge o fulgor
E colore minha alma
Púrpura e negra
A dama final não veio
Durmo insone.
Num vago momento
Busco a crença
E nela perco-me
Por não estar inube
Nem hígido.
Busco então teus olhos
Que se fecharam aos meus
E nas pálpebras me vejo
Vou-me em romaria.
Minha resposta encontrei.
Aos poucos vou ao meu encontro
E o fumo negro que era sólido à distancia
Torna-se disperso e fugaz.
Uma leve luz invade vagamente o espaço
E uma cristalina penugem de esperança
Cobre a superfície da mente.
Defronto as minhas incertezas
E acho-me em refúgio voraz
Das escarpas refutáveis do meu querer.
O medo se apavora
Enquanto eu tremo de coragem
Sem alcançar o que revelo.
Em minha vista abre-se um vale
Com revoltosas nuvens brancas
E um enorme pássaro palrador.
Subo em suas asas e ele estremece.
Alço voou e tolho o arrufo
No Encalço do meu latíbulo.
Romaria by Saulo de Lima Bezerra is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 3.0 Brasil License.