sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Romaria











Tento entender a métrica

Escondida na infinda vinda

E nem mesmo estética

A parcimônia que sinto

Parece um prenuncio de tenuidade

Então surge o fulgor

E colore minha alma

Púrpura e negra

A dama final não veio

Durmo insone.

Num vago momento

Busco a crença

E nela perco-me

Por não estar inube

Nem hígido.

Busco então teus olhos

Que se fecharam aos meus

E nas pálpebras me vejo

Vou-me em romaria.

Minha resposta encontrei.

Aos poucos vou ao meu encontro

E o fumo negro que era sólido à distancia

Torna-se disperso e fugaz.

Uma leve luz invade vagamente o espaço

E uma cristalina penugem de esperança

Cobre a superfície da mente.

Defronto as minhas incertezas

E acho-me em refúgio voraz

Das escarpas refutáveis do meu querer.

O medo se apavora

Enquanto eu tremo de coragem

Sem alcançar o que revelo.

Em minha vista abre-se um vale

Com revoltosas nuvens brancas

E um enorme pássaro palrador.

Subo em suas asas e ele estremece.

Alço voou e tolho o arrufo

No Encalço do meu latíbulo.


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Romaria by Saulo de Lima Bezerra is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 3.0 Brasil License.